Blog da Produttare
Em um dos textos anteriores, focamos no cálculo do Índice de Rendimento Operacional Global – IROG, que é o indicador de desempenho de eficiência operacional dos postos de trabalho da metodologia de Gestão Lucrativa dos Postos de Trabalho – GPT.
Este índice tem duas abordagens, conforme já comentamos, dependendo se ele está monitorando um posto de trabalho que seja uma restrição do sistema de produção ou não. Sendo uma restrição, o IROG é denominado Total Effective Equipment Produtivity – TEEP, que determina a produtividade real do sistema na restrição, utilizando-se, para seu cálculo, o tempo calendário; em se tratando de uma não restrição, o IROG é denominado de Overall Equipment Efficiency – OEE, que indica como o sistema funcionou enquanto ele foi utilizado, considerando-se, para seu cálculo, o tempo programado obtido pela diferença entre o tempo calendário e o tempo das paradas programadas. Esta sigla é, basicamente, mais conhecida universalmente.
Analisando-se o IROG, seja ele TEEP ou OEE, alguns destaques são importantes de serem observados, os quais relacionamos na sequência.
1. Qual é a relação entre o aumento percentual do valor do IROG e o aumento percentual do valor do Tempo de Agregação de Valor – TAV?
O cálculo destes dois valores é feito através de duas fórmulas distintas. O aumento percentual do IROG é obtido pela diferença entre o valor do IROG posterior e o IROG anterior, ao passo que o cálculo do aumento percentual do TAV é obtido pela fórmula {(IROG posterior - IROG anterior) / IROG anterior} *100%.
Exemplificando, supondo-se que o valor do IROG varie de 32% para 55%, o aumento percentual do IROG será de 23%. Aplicando-se a fórmula, o valor do aumento percentual do TAV será de 72%
2. Como considerar o tempo consumido em retrabalho?
Neste caso, duas situações devem ser consideradas: i) as unidades foram produzidas em um tempo superior ao tempo de ciclo e retrabalhadas durante o tempo disponível para produção. Por exemplo, o tempo de ciclo de item é de 1,0 minuto e uma unidade foi processada em 1,5 minutos. Neste caso, esta ineficiência irá se refletir no Índice de Desempenho do IROG; ii) as unidades não conformes são retrabalhadas durante um período específico da tipologia RETRABALHO. Neste caso, esta ineficiência irá se refletir no Índice de Produtividade do IROG relativo ao tempo de parada ocorrido.
3. IROG Corrigido.
Em uma linha de produção pode ser necessário “corrigir” o valor do IROG, caso ocorram refugos/retrabalhos em postos de trabalho localizados a jusante do posto de trabalho gargalo, conforme mostrado na figura. Neste caso, o IROG da linha será necessariamente inferior ao IROG do gargalo.
IROG Corrigido
4. Análise do Índice de Desempenho do IROG
Índice de Desempenho maior do que o seu valor real. Caso parte do tempo real de operação seja registrado como tempo de parada, este índice apresentará um valor maior, pois a produção obtida estará relacionada a um tempo menor de produção, não real. Também, caso o tempo de ciclo registrado no sistema seja maior do que o real, o valor deste índice será maior porque serão computadas mais unidades no período do que o sistema indica.
Índice de Desempenho menor do que o seu valor real. Caso parte do tempo real de parada seja registrado como tempo de operação, este índice apresentará um valor menor, pois a produção obtida estará relacionada a um tempo maior de produção, não real. Também, caso o tempo de ciclo registrado no sistema seja menor do que o real, o valor deste índice será menor porque serão computadas menos unidades no período do que o sistema indica. O baixo valor deste índice também está relacionado com queda de velocidade, pequenas paradas não registradas e registros incorretos dos tempos de paradas.