Blog da Produttare
A Gestão do Posto de Trabalho (GPT) propõe um modelo de gestão sistêmica, unificada/integrada e voltada aos resultados. No entanto, muitas empresas enfrentam dificuldades na sua implementação por conta da falta de sinergia entre as diferentes áreas da empresa e a baixa acuracidade dos dados coletados.
David Teixeira, coordenador do projeto TPM na Castertech, nos apresenta o processo de implantação da GPT na Castertech e como a ferramenta MES da solução eFact Software, da Produttare, auxiliou nas coletas semiautomáticas, tornando os dados acurados e resultando no cálculo correto da eficiência operacional dos postos de trabalho monitorados.
Este vídeo foi extraído do evento on-line "A Gestão do OEE na Castertech – Elevando a Eficiência da Produção". Após o debate entre os participantes sobre a implantação da GPT na companhia, o sócio-consultor da eFact Software Cristiano Valer apresentou a ferramenta MES (Manufacturing Execution System). Clique aqui para assistir ao webinar na íntegra.
A Castertech
A Castertech é uma empresa do Grupo Randon, líder brasileira em solução para sistemas de rodagem, peças fundidas e usinadas para veículos comerciais e agrícolas.
Iniciou suas atividades em 2009 com capacidade de produção de 30 mil toneladas/ano, focada em atender as empresas do grupo. Em 2017, agregou ao seu processo produtivo a montagem e usinagem, elevando sua capacidade de produção para 40 mil toneladas/ano, passando a atender todo o mercado de peças para reboque/semirreboque, caminhões/ônibus, agrícola e reposição.
A empresa possui diversas certificações como ISO 14001, IATF 16949, OHSAS 18001 e GPTW, sendo ganhadora do prêmio PGQP em “Liderança transformadora, colaboradores felizes”. A partir deste prêmio, este projeto foi denominado de “Construindo o futuro que nós queremos”, agregando os pilares de Inovação, Produtividade e Lucratividade.
Por que implementar a Gestão do Posto de Trabalho (GPT)?
A linha de moldagem automática em areia verde com alta pressão em caixas horizontais foi escolhida para implantação dos pilares de Manutenção Autônoma - MA e Manutenção Planejada – MP do método Manutenção Produtiva Total – TPM (Total Productive Maintenance), também denominado de Gestão Produtiva Total.
Confira aqui como foi realizado a implantação do TPM na Castertech.
A linha de moldagem selecionada tinha uma eficiência operacional de 57%. Embora tivesse capacidade de 180 moldes/hora, estava produzindo cerca de 100 caixas/hora, além de apresentar alto índice de rejeição interna; paradas frequentes; falta de sinergia e engajamento entre as diferentes áreas e elevado número de quebra de moldagem.
Devido à falta de confiabilidade nas informações coletadas, através do projeto TPM foi implantada a GPT, possibilitando o monitoramento dos postos de trabalho, além de registros do indicador de desempenho de eficiência operacional e quebras de manutenção.
Atualmente, além da linha de moldagem piloto, a Castertech ampliou a implantação do GPT na macharia, em duas sopradoras, nas máquinas que abastecem o gargalo e nas três células automatizadas de usinagem.
Implantação da Gestão do Posto de Trabalho (GPT)
A implantação da GPT na Castertech possibilitou o monitoramento do indicador de desempenho IROG – Índice de Rendimento Operacional Global, que apresenta duas abordagens: i) quando o posto de trabalho monitorado for crítico, o IROG é denominado de Total Effective Equipment Productivity – TEEP e ii) quando o posto de trabalho não é crítico, o IROG é denominado de Overall Equipment Efficiency – OEE.
Na implantação da metodologia foram utilizados os conceitos do método dos métodos – o PDCA (Planejar, Desenvolver, Controlar e Agir), tendo-se realizado um treinamento inicial com toda a equipe envolvida com foco na GPT.
O passo seguinte foi criar e ajustar as tipologias de paradas para posterior coleta e digitalização de dados. A coleta de dados inicial foi realizada de forma manual, sendo que, na moldagem, por ser o gargalo da empresa, foi implantado o painel de gestão da eFact, com coleta de dados semiautomática, possibilitando a geração de informações acuradas para análise nas reuniões de rotina.
Nas reuniões de rotina, após a análise dos dados e dos valores do IROG, realiza-se um plano de ação de melhorias para atuar sobre as principais causas de ineficiência.
Nas células automatizadas 1 e 2, macharia e linha de moldagem foram implantados painéis de gestão visual, no qual são expostas várias informações, tais como os componentes da equipe de trabalhadores; os valores do IROG (TEEP/OEE) e seus índices de disponibilidade, performance e qualidade; o Pareto das principais causas de paradas e indicadores de manutenção.
Através da gestão visual, os operadores monitoram os resultados obtidos e em reuniões diárias apresentam aos líderes os três principais problemas do setor em relação à segurança, produtividade e qualidade.
Após a reunião com os operadores, os líderes repassam as dificuldades para a coordenação, que elabora um quadro para os gestores fazerem o acompanhamento dos dados juntamente com a coordenação.
Também ocorrem reuniões quinzenais e mensais envolvendo líderes, operadores e áreas de apoio, nas quais as áreas de apoio apresentam seus dados de segurança, qualidade, produção, manutenção e engenharia.
Os conceitos das metodologias TPM e GPT são transmitidos aos trabalhadores desde a fase de integração. De acordo com a metodologia TPM, as equipes dos postos de trabalho monitorados são certificadas e reconhecidas a partir de auditorias.
Benefícios da implementação da GPT
Muitos foram os benefícios obtidos com a implementação do GPT na Castertech, mas, entre eles, podemos ressaltar a confiabilidade dos dados de eficiência; a sinergia entre as diferentes áreas da empresa, com reuniões focadas em gerar valor através do controle de ações e propostas de melhorias e, principalmente, o aumento da produtividade.
Resultados da implementação da Gestão do Posto de Trabalho (GPT) na Castertech
Além dos benefícios obtidos com a implementação da GPT, a empresa conquistou resultados quantitativos na sua produção, como:
- Aumento na eficiência do equipamento de 57,6% para 67,1%;
- Aumento da produtividade de 107 caixas/hora para 123,1 caixas/hora;
- Aumento da tonelagem líquida anual de 35.110ton para 39.403ton, próxima da meta estipulada;
- Redução da rejeição interna de 2,89% para 2,31%;
- Redução de quebra de moldagem de 5,43% para 2,38%.