Blog da Produttare
No vídeo, Junico Antunes, CEO da Produttare, explana as relações existentes entre a Engenharia do Sistema Toyota de Produção “raiz” (basicamente os pensamentos de Taiichi Ohno), as ideias do controle de qualidade total e as implicações na melhor utilização dos ativos da empresa. Assunto também tratado em seu livro publicado pela editora Bookman: “Uma Revolução na Produtividade - a Gestão Lucrativa dos Postos de Trabalho”.
A Engenharia de Produção Lucrativa
Taiichi Ohno diz que é importante perceber a diferença fundamental existente entre a Engenharia de Produção Taylorista-Fordista, de origem norte-americana, e o Sistema Toyota de Produção. Qual seria essa diferenciação? A resposta que ele dá é uma resposta no âmbito econômico: “a não ser que a Engenharia de Produção resulte em aumento de ganhos, aumento de receitas ou reduções de custos, ela não tem nenhum sentido”.
Estamos falando aqui da necessidade de perceber que as ações técnicas necessitam se subordinar a visão econômica das diferentes empresas. E esse é o centro do que Taiichi Ohno chama de Engenharia de Produção Lucrativa.
Mas para o atendimento destes resultados, é preciso ter uma compreensão da empresa e uma compreensão muito interessante é feita pela lógica do controle de qualidade total ao estilo japonês, o chamado TQC.
Ele diz que as empresas fundamentalmente tem ativos de capital e ativos de conhecimento. Os ativos de capital se constituem dos prédios, dos equipamentos, das máquinas. O ativo de conhecimento se dá através da utilização dos métodos de trabalho e também da capacitação, da formação das pessoas para construir métodos melhores.
Se eu utilizar melhores métodos com pessoas mais capacitadas, eu vou melhorar a utilização dos ativos de capital, ou seja, eu vou melhorar a utilização das máquinas, a utilização dos equipamentos a utilização de todos os elementos associados com esse debate.
Como usar de maneira mais eficiente os equipamentos da minha empresa?
A resposta para isso se encontra numa outra metodologia, que é a metodologia do TPM, originalmente trabalhada pelo Nakajima. E nessa metodologia existe um chamado indicador síntese, que mede a eficiência dos equipamentos.
Como diz o Deming, “aquilo que não é medido não poderá ser gerenciado”. Então, a pergunta é: como medir a eficiência dos equipamentos? E a ideia está exatamente na adoção do índice chamado Índice de Rendimento Operacional Global, o IROG. Nos Estados Unidos, no Japão, é mais conhecido como OEE ou como TEEP.
O que mede o IROG/OEE/TEEP?
O IROG mede a utilização dos ativos. Então, se tem Índice de Rendimento Operacional Global de 33%, significa que está usando aproximadamente um terço dos ativos.
Então, o primeiro elemento importante nas organizações é medir, particularmente nos recursos gargalos, particularmente nos recursos restritivos, o Índice de Rendimento Operacional Global. Uma medição pura e simples não é suficiente.
Assim como o Deming diz que, para você gerenciar, é preciso medir (ou seja, não há como gerenciar algo que não é medido), também não basta medir, porque, se medir e não atuar sobre o sistema, não haverá resultados necessários na organização.
Aí entra uma metodologia desenvolvida originalmente pela Produttare em conjunto com a GKN do Brasil e em conjunto com a DANA, ou seja, com profissionais experientes que lá atuavam, o Fischer, o Paulo César Virgílio, Anselmo Passos. Nós desenvolvemos em conjunto uma metodologia chamada GPT.
Metodologia do GPT
Analisa o Índice de Rendimento Operacional Global, por exemplo, 33%, e pergunta-se: o que o com (100% - 33%)? Ou seja, o que que aconteceu com 67%? Quais foram as causas fundamentais de paradas? E, a partir dessas causas de paradas, desenvolve um conjunto de ações gerenciais para melhorar o desempenho do Índice de Rendimento Operacional Global do Equipamento.
Essas ações são de três cunhos:
- ideia da cadeia de ajuda;
- ideia do ciclo de rotinas;
- ideia do ciclo de melhorias.
A cadeia de ajuda é: quando alguma máquina, por exemplo, a máquina gargalo falha, como o sistema deve agir para imediatamente colocar o equipamento em disponibilidade?
O segundo mecanismo é a rotina, é analisar todos os dias como é que está acontecendo esse Índice de Rendimento Operacional Global? Se uma empresa possui, por exemplo, 3 turnos, analisar em cada turno e verificar as tendências do que está acontecendo na máquina para poder agir para melhorar o desempenho dessa máquina através do ciclo de rotina.
O terceiro e muito importante, o ciclo de melhoria, analisa por um, dois ou três meses quais são as causas fundamentais dessas paradas. Por exemplo, pode chegar a conclusão que a primeira causa de parar o equipamento é devido a problemas de tempo de preparação, a troca rápida de ferramenta.
Controles digitais e a Indústria 4.0
Finalmente, porém não menos importante, é fundamental que sejam feitos controles digitais dentro da ideia da indústria 4.0 e de todos os elementos que daí advêm. Para isso, a Produttare é parceira de uma empresa importante chamada eFact.
Dentro da eFact, uma empresa que trabalha com a digitalização, com a ideia do OEE, com a ideia do GPT, nós teremos todas as condições de fazer esse trabalho também no campo digitalizado, dando rapidez, fluidez, nitidez e transparência para os elementos de trabalho que nós estamos fazendo sobre a gestão do posto de trabalho.
Se nós trabalhamos bem na gestão do trabalho, nós iremos aumentar o OEE e, ao aumentarmos o OEE, nós iremos melhorar a utilização dos ativos. Geramos o método do GPT, da gestão do posto de trabalho e aplicamos esse método através da formação de profissionais dessas empresas.
Essa metodologia, agindo sobre os ativos de capital e agindo sobre as máquinas e equipamentos, vai permitir com que haja uma melhoria significativa dos ativos, ou seja, que talvez não seja preciso comprar novos equipamentos, que tenha maior lucratividade do posto trabalho e maior lucratividade da empresa.